Não há boa fé - como defende o deputado José  Ricardo (PT-Am) nos contratos firmados sem licitação pela Seduc com empresas terceirizadas e que em dois meses somaram mais de R$ 125 milhões. Menos ainda no super-contrato de R$ 45 milhões com a Dantas Transportes.  Boa fé se houvesse transparência, processo licitatório, menor preço  contemplado ou proposta mais vantajosa para a Administração Pública e igualdade de condições a todos os que se dispusessem a oferecer o serviço solicitado.

Não houve nada disso. O que existe é uma forte suspeita de que grupos de interesse  agem nos bastidores do governo  do Amazonas com uma força nunca vista na história  recente do Estado.

Agora, que o deputado é amigo do secretário e o defende é sim um mérito: defender os amigos é uma virtude. Mas  Zé, forte opositor dos governos anteriores e um ferrenho crítico desse tipo de contrato - foi padre durante longos anos - deve lembrar  a parte do Sermão da Montanha ( Mateus 7:1-5), no qual Jesus  fala dos julgamentos que um homem faz de outro homem. “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho de teu irmão.’

Durante os governos Eduardo, Omar e a Amazonino, Zé Ricardo permaneceu apontando erros onde existiam apenas conflitos e inadequações. Mas agora é incapaz de ver que o governo que ele defende comete aberrações que vem provocando arrepios inclusive nos órgãos de controle, que não param de advertir para a falta de  limites de certas medidas adotadas.  Haveria uma trave no olho do ex-padre e hoje deputado, que o impede de ver o cisco no olho do governo ?